Capitulo 4. O Complô tira do prumo
Capitulo 4. O Complô tira do prumo

 

 – Nada querido! – disse Esme, exibindo seu sorriso mais convincente.

– É Edward não é nada! – Rosalie parecia ser a mais desconcertada, pois baixou a cabeça e se pôs a observar seus pés.

– Deixa de ser enxerido, Edward Anthony! – exclamou Alice.

– Nada? Sei! – disse Edward com ar de deboche, demonstrando sua incredulidade frente às palavras das mulheres de sua família.

– Você e esse seu costume de ver coisas onde não tem! – a voz de Alice dava indícios de que ela explodiria a qualquer momento, e seu dedo apontado para o peito de Edward demonstrava de que ela poderia partir para cima dele a qualquer momento.

– Vocês! – disse Edward, com o tom de voz frio que utiliza quando está trabalhando, fazendo todos se voltarem em sua direção. – Vocês pensam que eu sou o que? – questionou retoricamente – burro? – disse e sorriu de canto, em uma atitude prepotente – mesmo que vocês não digam nada, eu vou descobrir o que tanto vocês me escondem! – falou e saiu, deixando todos chocados e contentes, pois as palavras e atitudes dele demonstraram o quanto ele está curioso com todo o mistério que eles criaram ao redor da existência de Renesmee.

– Isso! – gritaram as três assim que tiveram a certeza de que Edward não poderia ouvi-las.

– Faze um: concluída! – falou Alice com os olhos brilhantes.

– O que faremos agora? – perguntou Rosalie.

– Por enquanto nada! – disse Alice com um sorriso malicioso, quase perverso.

– Como nada, minha filha? – questionou Esme sem compreender aonde a filha queria chegar.

– Isso mesmo mamãe. Não vamos fazer nada. – disse em tom resoluto, mas ao notar o olhar determinado de sua mãe e cunhada, suspirou e prosseguiu – A casa está cheia de fotos da Nessie, dela sozinha ou com algum de nós, o lado investigador dele já está em ação e será mais aguçado ainda ao ver essas fotos. Além disso, fiz questão de espalhar em alguns pontos estratégicos da casa fotos da Bella conosco e a Nessie. Ele vai ligar a Nessie a Bellinha, e logo vai perceber a semelhança entre ele e ela. E, a Nessie quer conhecê-lo antes da Bella saber que ele está aqui, então amanhã tem jantar em família, e a monstrinha estará presente. – concluiu sorrindo brilhantemente.

– Bem pensado Alice. – disse Rosalie.

– Eu sei, mas foi a monstrinha quem bolou – concluiu seguindo pro seu quarto.

– Alice! – sua mãe chamou, e quando ela se virou questionou – quais os pontos estratégicos?

– Escritório do papai, quarto da monstrinha, da Rosie, meu, seu mamãe e dos Swan’s. – ela concluiu começando a subir as escadas. – e, eu posso ter esquecido uma foto da Nessie no quarto dele. – sua voz era travessa e fez as duas mulheres sorrirem. Carlisle e Jasper apenas observavam a tudo, sem demonstrar qualquer reação, porém em seu interior mantinham sorrisos zombeteiros.

 

Ainda naquele dia – quarto andar – mansão Cullen

Edward sabia que algo estava errado, mas ao entrar em seu quarto, que na verdade era um andar quase todo, exceto por dois quartos que estavam trancados a chave, ele teve toda a comprovação necessária. Em sua irritação, ele mal tinha prestado atenção aos corredores que tinha passado, porém em seu quarto ele não pôde ter a mesma atitude.

Na parede ou nas superfícies continham fotos de uma criança, inicialmente ele pensou se tratar dele mesmo, dada a semelhança. Contudo, uma olhada mais minuciosa e ele percebeu ser uma menina.

Em seu quarto tinha fotos da menina em varias fases de sua vida, ao lado de seu pai, mãe irmãos e cunhados, em diferentes datas. Desde o natal, ação de graças, e aniversários. A semelhança dela com ele, ele deixou pra pensar depois, agora ele aproximou-se do criado mudo onde tinha uma foto da menina com aproximadamente 8 anos, e passou a observar seu sorriso radiante. Aquele sorriso lhe lembrou alguém. Alguém cujo sorriso iluminava sua vida e o enchia de felicidade, mas como poderia ser? Como aquela criança tinha o sorriso Dela? E como as fotos dela estavam espalhadas pelo seu quarto?

Exasperado e sem encontrar respostas, passou a mão pelo cabelo, depois esfregou o rosto como se isso fizesse todas suas duvidas sumir. Cansado de pensar, ele devolveu o porta retrato ao criado mudo, deitou-se na cama, fechando os olhos e alisando as têmporas. Tudo aquilo estava lhe dando uma dor de cabeça que prometia ser sem precedentes. Ainda bem que ele só iria se apresentar ao Comandante Garrett War no ano novo. Quem sabe até lá ele estaria em seu estado normal, pois toda mudança e mistério em sua família estavam o deixando exasperado e displicente, e isso não era bom para seu trabalho.

Como se tudo não fosse suficiente, ainda tinha o mistério de Charlie Swan. Que não retornava suas ligações há dias, e o telefone de sua casa encontrava-se desligado. Em todos esses anos que conhecia Charlie e Reneé, ele nunca soube de algo parecido, e isso o perturbava sobremaneira. Ele sempre estava em contato com Charlie e Reneé, exceto quando eles iam visitá-la, mas ele sempre sabia quando isso acontecia.

Exasperado por tantos mistérios, retirou o sapato e tentou dormir, agora não existia nada que pudesse fazer, então depois falaria com seu pai sobre isso.

 

19 de dezembro – segunda-feira – casa da Bella

– Vamos Monstrinha! – gritou Alice do térreo. Ela tinha ficado responsável de buscar a monstrinha para o jantar, graças a Deus e a mente aguçada de sua sobrinha o jantar foi marcado no dia em que Bella não estava em casa, pois estava em mais um dos exaustivos plantões, daqueles que ela poderia passar mais de 24horas no hospital.

Alice admirava a força de vontade de sua amiga, que tão jovem teve de enfrentar grandes obstáculos, mas nunca desistiu de seus sonhos e nem da monstrinha. Quando a Bella contou da gravidez, três meses depois de ter ido embora de Forks, e as véspera de iniciar a faculdade de medicina, as famílias tentaram convencê-la a deixar a monstrinha em Forks. Porém ela se recusou. Alice não a julgava por isso, Renesmee era sua filha com o amor da sua vida, e embora não tivesse Edward com ela, teria um pedaço dele.

Ela sabia, no entanto, o quanto ainda era difícil pra sua amiga, o quanto de preconceito e julgamentos ela teve de aguentar. As noites insones, estudando e cuidando da filha, os sacrifícios e artifícios que teve de fazer pra conciliar a rotina de mãe com os estudos. Mas Isabella não desistiu de nenhum dos dois, e prova disso era que ela se formou sem atrasos e com honras, além é claro de Nessie ser uma linda garotinha de 08 anos.

– Vamos tia. – a voz confiante da monstrinha a arrancou de seus pensamentos, e imediatamente sorriu ao ver o quanto ela estava linda e como sua expressão estava radiante. E assentindo ela pegou a mão da sobrinha saindo da casa de sua melhor amiga.

– Renesmee! – Alice a chamou.

– Sim tia. – era impossível não perceber pelo tom de voz de Nessie o quanto ela estava nervosa e feliz.

– Como você se sente? – perguntou.

– Nervosa – a resposta apenas confirmou aquilo que Alice já sabia.

– Vai dá tudo certo, não se preocupe, estaremos todos lá. – disse confiante. Alice sabia o quanto era importante pra Nessie conhecer seu pai, e sabia também que Edward desconfiasse de algo, muito embora ele não fizesse idéia do que fosse. Ela também sabia que seria chocante para o irmão conhecer a filha de 8 anos, e mais ainda, saber que todos conheciam a existência dela, mas nunca o disseram nada. Porém Alice tinha fé no irmão e na sobrinha.

– Eu sei tia. – ela falou com a voz fraquinha, e Alice detectou medo em sua voz, olhando pelo retrovisor ela analisou a sobrinha.

– Renesmee. Eu sei o quanto isso é importante pra você, e sei que você está nervosa e insegura quanto à reação dele, mas saiba que ele ficará muito feliz em te conhecer. Eu sei disso, confie em mim! – concluiu.

– Eu nunca apostaria contra você, tia! – Nessie disse com um sorriso na voz.

– É bom mesmo, porque estamos chegando. – ambas sorriram pelo espelho retrovisor, e alguns minutos depois entravam nos terrenos da mansão.

– Bem que o papai e a mamãe poderiam se entender e agente vir morar aqui! – confessou a monstrinha com a voz sonhadora, fazendo Alice sorrir abertamente.

– Essa é a intenção, e foi por isso também que comprei uma casa tão grande! – exclamou Alice. – Olha – falou apontado o carro estacionado a frente da casa – vovô Charlie e vovó Reneé já chegaram.

– Eba! – gritou Renesmee do banco de trás. E como não poderia deixar de ser, no instante em que Alice estacionou, a porta da mansão foi aberta e Esme, Rosalie e Reneé saíram por ela. De cara Alice percebeu que elas estavam preocupadas com Nessie, e a provável reação de Edward quando a visse pessoalmente. Porque uma coisa eram as fotos espalhadas pela casa, outra era ela pessoalmente. A monstrinha era a mistura perfeita de Bella e Edward, mas sem duvidas as expressões, forma de falar e personalidade eram do pai. E isso o investigador Cullen não iria deixar passar, além de que, Renesmee seria apresentada como neta de Charlie e Carlisle, mais obvia que isso só se esfregasse a certidão de nascimento dela na cara dele.

– Monstrinha! – gritou Rosie correndo para abraçar a sobrinha.

– Tia Rosie – falou Nessie se jogando nos braços dela com alegria.

– Eu também quero abraço Renesmee – falou Reneé, e a monstrinha prontamente a abraçou.

– Agora só falta o meu abraço! – pediu Esme, e lá foi a monstrinha. Abraços dados, as quatro mulheres trocaram um olhar conhecedor e fitaram a menininha a sua frente.

– E então? – questionou Reneé.

– Ele... está? – a voz de Nessie voltou a ter aquela nota de nervosismo.

– Ele está na sala, com seus avôs e o tio Jazz, mas ele com aquele sensor dele parece ter detectado algo no ar, e tá agitado, como um leão enjaulado. – a voz de Rosie transparecia o seu nervosismo.

– Renesmee – Esme a chamou, ficando na altura da monstrinha. - você tem certeza de que quer fazer isso hoje? – Renesmee ia responder, mas Esme rapidamente prosseguiu – olha, se você não estiver segura sobre isso nós te entendemos, mas se for realmente o que você quer estaremos todos a sua volta. E de uma coisa você pode ter certeza, independente de qualquer coisa ele vai te amar e vai ficar feliz por ter você! – ela concluiu com os olhos marejados, era incontestável o amor que Edward ainda sentia por Bella, pois em todos esses anos ele jamais teve outra mulher em sua vida. Saber que em todo esse tempo Isabella tinha um pedaço seu, era uma prova irrefutável de seu amor por ele.

– Eu estou pronta! – disse Renesmee daquele jeito que tanto lembrava seu pai, com segurança irradiando por cada palavra, e um olhar perspicaz.

– Isso vai ser incrível – murmurou Alice.

E seguiram, com a mostrinha entre as quatro segurando as mãos de ambas as avós. Ao entrarem no vestíbulo as gargalhadas dos homens chegou até elas, fazendo com que todas respirassem fundo e colocassem sorrisos em seus rostos, afinal o show iria começar.

Edward sentia que a qualquer momento sua cabeça iria explodir, seu instinto estava berrando que algo não estava certo. Afinal, Emmett e Rosalie que só chegariam para o Natal voaram somente para jantar com a família, se nada mais fosse suspeito, aquilo definitivamente seria. E então do nada os Swan’s chegam com expressões que Edward não foi capaz de ler, mas que eram estranhamente idênticas as de seus pais. Alice por sua vez, passou boa parte do dia fora e iria trazer uma convidada com ela.

E se realmente, não bastasse tudo isso, ele sonhou com Ela. Não que isso fosse novidade. Mas no sonho eles não estavam sozinhos, tinha outra pessoa. Na verdade tinha uma criança, a menina das fotos. E aquilo arrepiava todos os cabelos de sua nuca, algo em seu interior vibrava cada vez que olhava para as fotos dela.

– Edward! Edward meu filho! – a voz de seu pai o trouxe de seus pensamentos. Estava disperso, e esse era o motivo de sua dor de cabeça.

– Pai – ele falou com a voz baixa, e notou que todos o observavam, mas fixou seu olhar em seu pais, se negando a olhar em volta, pois aquele arrepio em sua nuca voltou.

– Gostaria de apresenta-lo Renesmee! – Carlisle falou, e quando ele olhou para a pequena pessoa que seu pai apontava com Renesmee, seu mundo literalmente rodou.

E Alice pensou satisfeita que o Complô tira do prumo...

 

 

 

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